segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cultura do Medo



1953 – Os EUA derrubam Mossadeq, Primeiro Ministro do Irã. EUA instalam Shah como ditador
1954 – Os EUA derrubam o Presidente da Guatemala, eleito democraticamente. 200.000 civis mortos.
1963 – Apóiam o assassinato do Presidente Sul-vietnamita, Diem
1963-1975 – O Exército americano mata 4 milhões de pessoas no sudeste da Ásia
11 de setembro de 1973 – Os EUA organizam um golpe de estado no Chile. O Presidente Salvador Allende, eleito democraticamente, é assassinado. O ditador Augusto Pinochet é instalado. 5mil chilenos assassinados.
1977 – Os EUA apóiam o regime militar em El Salvador. 70 mil salvadorenhos e 4 freiras americanas são mortos.
Anos 80 – Os EUA treinam Osama Bin Laden e seus amigos terroristas para matarem os soviéticos. A CIA lhes dá US$ 3 bilhões
1981 – A Administração Reagan treina e financia os “contras”. 30 mil nicaragüenses morrem.
1982 – Os EUA dão bilhões para ajudar Sadam Hussein a comprar armas para matar iranianos
1983 – A Casa Branca fornece armas secretamente ao Irã para matar iraquianos
1989 – O agente da CIA Manuel Noriega (também Presidente do Panamá) desobedece ordens de Washington. Os EUA invadem o Panamá e removem Noriega, 3 mil civis panamenhos morrem.
1990 – O Iraque invade o Kuwait com armas americanas
1991 – Os EUA entram no Iraque. Bush restabelece o ditador do Kuwait
1998 – Clinton bombardeia “fábricas de armas” no Sudão. Fabrica, que afinal, fabricava aspirinas.
De 1991 até hoje: os aviões americanos bombardeiam o Iraque todas as semanas. A ONU estima que 500.000 crianças iraquianas morram por bombardeios e sanções
2000-2001 – Os EUA dão US$ 245 milhões como “ajuda” ao Afeganistão, governado pelo Talibã
11/09/2001 – Osama Bin Laden usa seu treinamento avançado da CIA para matar 3mil pessoas


Todos esses dados históricos servem para demonstrar o quanto violência e guerras são financiadas pelos EUA, e que sempre há algum interesse envolvido pelo país que cultua o ódio e medo nas pessoas.

Guerra é essencialmente feita com armas. Armas geram violência. Violência gera medo. O medo vende, vende audiência e vende armas no país em que a lei (Segunda Emenda) possibilita qualquer um possuir a sua. Contudo, o maior problema não é possuir a arma, o que qualquer pessoa, em qualquer lugar, consegue facilmente. E sim a educação, com que mentalidade as pessoas tem crescido.

Ninguém se assusta mais quando aparece nos noticiários que algum jovem norte-americano entrou em uma escola e matou seus “colegas”. Provavelmente ele é tachado como uma criatura que possui um perfil de alguém “estranho e fechado”, entretanto, o mais importante é pensar na CAUSA dessa “estranheza”.

Um fator a ser considerado, é a cultura norte-americana, que traz filmes com guerra, sangue e adoração à violência . Outro, a desestruturação de famílias. Mais um, o consumismo exagerado que traz materiais, mas leva embora valores, e por aí segue a enorme lista de itens.

Aí está o ponto, o perfil é sempre o mesmo, as evidências são clamorosas, mas a compreensão do que se passa é mínima, quase miserável.

Outro item muito importante que deve ser considerado é o papel da indústria do entretenimento, que carrega um perfil de herói irônico.

Segundo o jornalista Eugênio Bucci, esse é o perfil atual de Herói: “O Herói de Hollywood, tal como foi esculpido ao longo do século 20, é aquele que em nome do bem, que só ele sabe qual é, recorre à violência mais selvagem: é aquele que se mata em nome da sua própria teimosia. E então, a mocinha que o ignorava, chora por ele”.

Se pensarmos bem é o que todo adolescente que comete esses crimes torpes deseja. Sair da escuridão, tornar-se conhecido. E é o que naturalmente acontece depois de atirar em alunos de uma escola ou em qualquer outra pessoa. O herói se glorifica.

Questionado no documentário produzido por Michael Moore, “Tiros em Columbine” o Produtor do seriado norte-americano “Cops” disse o seguinte: “A raiva, o ódio, a violência são coisas que vendem bem. A tolerância, a compreensão, o aprender a ser melhor, vendem menos”.

Devemos questionar o que realmente desejamos e o que nos faz bem. Há grande influência dos meios de comunicação que moldam o perfil e pensamento do indivíduo. Considere melhor o que anda vendo. As pessoas, ao mesmo tempo em que possuem coragem para tomar qualquer tipo de atitude na vida, seja ela positiva ou negativa, tem a mesma força para sair da caverna. Desvende o mito.



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