terça-feira, 26 de abril de 2011

Thoreau



“Fui para os bosques porque desejava deliberadamente viver, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida, e ver se poderia aprender tudo o que ela tinha para ensinar.
Queria viver profundamente e sugar todo o tutano da vida, viver com tanto vigor que conseguisse aniquilar tudo o que não fosse vida, empurrar a vida contra uma esquina; reduzi-la aos seus termos mais humildes…para quando morrer, não descobrir que não tinha vivido!”


A frase é do Sr. Henry David Thoreau (1817-1862), tio-avô do movimento hippie, corifeu de Ghandi e de Tolstoi, livro-de-cabeceira de, entre outros, Martin Luther King e Christopher McCandless (do filme Into the Wild, de Sean Penn).

Este homem passou dois anos isolado da civilização, num barraco nas margens do lago Walden, absorto na contemplação da natureza. Retornado à civilização, tornou-se professor no liceu de Concord, onde trabalharia até a sua morte. Fez muitas viagens, descobrindo a beleza de florestas e paisagens naturais.

A experiência do isolamento deu origem à sua obra mais célebre, Walden, or life in the woods, descrição da sobrevivência às custas apenas do trabalho manual, com descrições exatas e mesmo assim poéticas. Tornou-se um clássico da literatura, com um livro de proporções místicas. A passagem citada acima ficou célebre em todo o mundo depois de ter sido apresentada no filme “Clube dos poetas mortos”.

Para quem, como eu, acredita que o homem devia ganhar somente o necessário para sobreviver, transformando assim nossa sociedade numa comunidade mais justa, igualitária e humana, sem que desperdicemos nossa vida como escravos de um consumismo supérfluo, vazio e segregante, vale a pena ler as obras desse grande pensador.